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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Re-lembrança


Postado por Cia. Quanta de Teatro às 03:28
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Homenagem ao Mestre

Homenagem ao Mestre
Silêncio! O mestre está dormindo. Não incomodem àquele cujas mãos não eram bem mãos... àquele cujos pés não eram bem pés... Em lugar de mãos, asas. Em lugar de pés, nuvens. Em lugar de corpo apenas vibração. Corpo sem órgãos? Corpo revirado, remexido, revolvido, resolvido em energia caósmica. Sol e lua entrelaçados num eterno eclipse. Dorme o Velho que era velho, sabedoria multiforme, transformação desencadeada, sem cadeados, em toda cadência e harmonia, dorme a Criança-deus. Silêncio. Sim. Corpo em vibração. Um ponto claro em meio ao escuro. Sua dança, seus gestos, nossas sombras, suas moças. Hoje dorme aquele que com o coração viveu e pelo coração emocionou plateias inteiras em comunhão com o homem menos irmão. A mudez à tona, após sua partida para o infinito, nos ensurdece em sinal de reverência. Hoje o mundo ficou ainda mais vasto quiçá mais desértico. Ficamos assim, um bocadinho mais pretos velhos após sua existência, sua chegada ao pórtico mais alto na entrada dos céus. Hoje dorme aquele que soube dar voz aos calados pelo mundo, alento aos “condenados da Terra”, movimento ao inerte sem esperança, luz aos des-animados lançados ao acaso. Kazuo, com seu gesto e graça coloriu o mundo com suas flores, sempre Ohno, único, intra-perceptível, Kazuo Ohno... Salve tua missão cumprida na boniteza de se saber humano e, portanto, para sempre imortal. Até breve nosso Velho. Sei que havemos de nos reencontrar todos, a humanidade inteira, num baile alegre por entre as estrelas, planetas e cores do Universo, em profunda contemplação, conexão mais que verdadeira com a essência primeira de onde viemos e para onde havemos de regressar únicos e unidos, enfim, de volta à casa comum. Inda há de chegar o dia em que haveremos de nos saber como tu: Ohnos, casulos de borboleta, Kazuo... sempre em levitação, contínua metamorfose, em Tao íntima esquisitice. Para sempre... Kazuo Ohno. *Este texto foi escrito em tributo a Kazuo Ohno, mestre da dança Butoh (dança inspirada no movimento das mãos e dos pés, originária no Japão do pós guerra de 1945), que faleceu no dia 1º de junho de 2010, por insuficiência respiratória aos 103 anos.

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