Trajetória

Q u e m   s o m o s


FORMAÇÃO INICIAL

A história da Cia. Quanta de Teatro tem seu surgimento marcado por um misto de três elementos: arte, amizade e visão de mundo. Em 1997, o ator e diretor Jefferson Primo, divulga através da Secretaria Municipal de Cultura de Rio Claro, um Curso Introdutório de teatro para jovens e adultos. O curso foi realizado no decorrer daquele ano e finalizado com a montagem da peça “Madame Blavatsky” de Plínio Marcos vencedora de nove prêmios incluindo a categoria “melhor espetáculo” em festivais que participou pelo interior do estado de São Paulo.
Impulsionados pelo sucesso de “Blavatsky”, Jefferson juntamente com seus dois alunos, Cláudio Lopes e Juliana D’Urso, que pouco mais tarde viriam a ser seus parceiros na fundação da Associação Cultural Quanta, deram nome ao grupo e o ponto de partida de uma história intensa de dedicação ao teatro e respeito ao público.
Neste período, Jefferson Primo manteve, paralelamente até 1999, um outro curso de teatro, mas este na cidade de Jundiaí o qual resultou na primeira montagem de “Jesus-Homem” também de Plínio Marcos apresentada, inclusive, nas cidades de Paranapiacaba, São Paulo e Rio Claro. Deste segundo elenco, permaneceu apenas Alyne Arins que, com o grupo jundiaiense desfeito, une-se ao núcleo de Rio Claro. A Cia. Quanta de Teatro, neste período, ainda mais fortalecida, também com a incorporação de João de Lima Neto ao grupo, é fundada em 2004 como Associação Cultural e em 2005 torna-se entidade de Utilidade Pública pelo município de Rio Claro, ano em que os atores da companhia obtém sua capacitação profissional. A partir desse momento, o grupo é premiado em diversas categorias pelos festivais que participou até hoje com montagens inesquecíveis como o monólogo “Brain Storm” de Clarice Lispector e a comédia “O Santo e a Porca” de Ariano Suassuna.

FORMAÇÃO ATUAL
Atualmente, a Cia. Quanta de Teatro tem seu núcleo composto pelos atores e arte-educadores Alyne Arins, Cláudio Lopes e João de Lima Neto, tendo suas peças e, atividades em geral, coordenados por Jefferson Primo, reunindo dez artistas colaboradores, entre iniciantes e profissionais, para o desenvolvimento de projetos teatrais e cinematográficos.

ONTEM e hOJE

Desde sua fundação em 1997, dedica-se à formação de atores e à realização de projetos na área de arte-educação em bairros periféricos do município. Em parceria com as Secretarias de Ação Social e Cultura, de 1997 a 2008, com base nos estudos do Teatro do Oprimido de Augusto Boal, desenvolveu, nos Centros Comunitários e Centros Municipais de Convivência os projetos Girassol, este em parceria com a etnomusicóloga Francisca Helena, e Ação Cultural, atendendo aproximadamente 400 crianças a cada ano com aulas de teatro, dança de rua, capoeira e rádio e TV.
Inspirada pelo trabalho teatral realizado com as crianças e adolescentes nos bairros, em 1999 a companhia idealizou a Mostra de Teatro Infantil que mais tarde (em 2001), motivada pela necessidade de maior troca de experiências entre grupos artísticos de Rio Claro e região, passou a se chamar União Teatral de Rio Claro (UTERC), que hoje encontra-se na sua 6ª edição.
Devido ao sucesso do “Ação Cultural”, de 2005 a 2008, a companhia atendeu com aulas de teatro e montagens de peças as reeducandas do Centro de Ressocialização Feminino, além do grupo da Melhor Idade em parceria com a Casa Dia do Idoso.
Fundamentada na mesma concepção teórica, a companhia atende desde 2002, com aulas de teatro, os usuários do CAPS III “18 de maio” em parceria com a Fundação Municipal de Saúde, atuando intensamente em ações da luta antimanicomial apresentando seus trabalhos em Fóruns, Conferências de Saúde e atividades do meio acadêmico (Unesp Rio Claro, Uniararas, Unimep entre outras instituições). E ainda para este ano, está prevista a estreia da peça “A terceira margem do rio” adaptada do conto de João Guimarães Rosa.
Mantém dois cursos introdutórios ao teatro no Centro Cultural Roberto Palmari para diferentes faixas etárias (infantil e adulto) e um curso de ritmo flamenco, em parceria com o Núcleo Almafuerte de Dança Flamenca, sob a regência da bailarina Sandra Brás.
Através da parceria com o Grupo de Estudos de Cinema Kino Olho, realiza oficinas de interpretação para cinema, atua como colaborador do FIKK e com a escrita de artigos sobre cinema para a Revista Cinema Caipira coordenada por João Paulo Miranda. Além disso, está em processo de gravação do longa-metragem “Álvaro de Campos”, último filme que compõe a trilogia “Heterônimos” de Fernando Pessoa.
Fazendo jus a sua versatilidade natural, a companhia, em parceria com a TV  Jundiaí realiza mensalmente em praça públlica a mostra popular de cultura “Quanta Cultura”.
Com um grupo seleto de atores, em 2010, “Quanta” estreou a tragédia "Perdoa-me por me traíres” do, até hoje, polêmico Nelson Rodrigues, sob a direção geral de Jefferson Primo e direção musical Alyne Arins e dará andamento às apresentações em 2011.

Embora a companhia tenha dedicado boa parte de seus esforços para o desenvolvimento de projetos sócio-culturais, seu objetivo fundamental prima pela formação do artista, especificamente do ator como agente transformador da realidade que, emprestando o conceito de Boal, deve, portanto, ser um multiplicador de ações voltadas para a dinâmica social, onde ele pode e deve atuar artísticamente em favor da propagação, difusão e formação cultural do maior número de pessoas a seu alcance, sobretudo àqueles que, devido à condição social, mantém-se apartados do acesso a bens culturais de qualidade.